<$BlogRSDUrl$> Meu humor atual - i*Eu

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

it's the end. 

H? muito que isto deixou de ter import?ncia, se ? que alguma vez teve. As coisas s?o como s?o e nos estamos c?. Mesmo sem saber porqu?, se ? que tem mesmo de haver um porqu?, uma raz?o, um motivo, o que quer que seja. Gostava de me fazer entender, ?s vezes acho que sinto outras, nem tanto. N?o tem import?ncia. Isto n?o, eu tamb?m n?o. Tu sim.

Falo de ti, porque n?o tenho outra hip?tese, sa?da. Falo de ti porque n?o sei falar de mim, sem falar e ti. Porque n?o sei existir sem ti, porque n?o sei o que seria de mim se, de manh? a olhar para o espelho, n?o visse os teus olhos atr?s dos meus. Tu sabes.

A import?ncia ? toda tua, s?rio. Importa que existam mem?rias cruzadas com o futuro. Mem?rias de futuro? A confus?o ? toda minha, n?o te auto-culpabilizes. N?s somos um do outro de outra forma, transcendente. N?s somos tanto um do outro. Por tanta coisa. Pelos teus joelhos esmurrados, quando nos sentavamos no ch?o do p?tio, encostados a parede. E tu choravas as derrotas daqueles jogos de futebol que eu nunca gostei que jogasses. Mas repeitava. Sempre que jogavas l? estava eu, na primeira fila. N?o tinha h?bito de gritar, chamar por ti. FIcava s? ali, a seguir-te. A tor?er por ti de forma interior, transcendente. N?o gostava que jogasses porque achava perigoso, jogavas a chuva, atiravaste para o ch?o, andavas sempre com os joelhos esmurrados, e um dia at? chegaste a partir um bra?o. Lembro-me bem. Quando te vi ca?do em campo, eu que n?o costumava gritar, envadi o terreno de jogo a gritar por ti. Tive tanto medo. Medo de nunca mais te poder abra?ar, por exemplo. A falta que me fazem os teus abra?os. Eras um mi?do de 15 giriss?mos anos. O charme era a tua maior arma.

Deixa-me que te conte, que diga que n?o sei existir sem ti, talvez porque me lembre de ti desde que me lembro de existir. Fal?mos demais para que eu lembre do que fal?mos. Para que eu me possa esquecer de ti. Tantas hist?rias. Tanto. No entanto, h? pormenores que eu n?o posso esquecer, al?m da forma como corrias nos teus jogos de futebol ou os teus joelhos esmurrados, encostados aos meus nos intervalos no p?tio, como a forma como me abra?avas por tr?s, o toque das tuas m?os no meu cabelo despenteado ( na altura em que eu n?o gostava de pentear o cabelo ), ou como me levantavas no ar e depois corrias assim comigo ao mesmo tempo que gritavas que eu te tinha sa?do na lotaria. Era o teu trof?u. N?o consigo deixar de sorrir quando me lembro destas coisas, sabes? Tinha eu 14 anos coloridissimos. Para mim, a vida era as cores.

Tens 21 anos, o mesmo charme , e continuas a ser t?o meu como dantes. Jogas futebol, mas tens mais cuidado, esmurras menos os joelhos. N?o temos p?tio e n?o nos sentamos no ch?o. Tomamos caf? juntos e tu piscas os olhos por tras dos oculos de sol. Aprendeste a ser um cavalheiro e beijas-me sempre a m?o direita. Eu gosto de pentear o cabelo e, se fosse hoje, gritava bem alto nos teus jogos que j? n?o vejo.

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